Simpósio TEORIAS LINGUÍSTICAS EM CONTEXTOS DE FORMAÇÃO – (GELNE/UFRN – 04 A 07 de setembro de 2012)

Congressos

Informações por:

Adair Vieira Gonçalves (UFGD/CNPq)
Wagner Rodrigues Silva (UFT/CNPq)

Este simpósio reúne trabalhos resultantes de pesquisas científicas que focalizam a recontextualização de diferentes teorias linguísticas em distintos contextos de formação, perpassando diferentes níveis de instrução – da educação básica ao ensino superior. Os usos de teorias linguísticas são investigados a partir dos enfoques construídos em situações de ensino e aprendizagem de língua, de formação de professores e de usos de material didático. É priorizada a abordagem qualitativa de pesquisa, numa perspectiva investigativa que mobiliza conhecimentos produzidos em diferentes disciplinas, em função da construção de objetos de investigação complexos e relevantes para o desenvolvimento do campo de pesquisa da Linguística Aplicada. Desse modo, objetivamos abordar o deslocamento do paradigma tradicional/clássico para o paradigma inovador/renovado em relação às práticas escolares de leitura, de escrita e de análise linguística. De um lado, pelas teorias linguísticas clássicas, temos o estudo do sistema da língua, com ênfase na descrição e classificação, na metalinguagem. Trata-se de um procedimento metodológico interno, abstraindo-se as condições efetivas de produção e de circulação e os efeitos que essas condições exercem sobre as práticas de linguagem. Nessa primeira direção, seguem os métodos tradicionais do ensino de línguas, dando primazia ao sistema e considerando os textos como uma forma secundária de colocar em funcionamento esse sistema. Independente do contexto de utilização, as regras e categorias da língua no limite das estruturas frasais são estudadas como propriedades do sistema. Encontram-se, nessa perspectiva, os estudos gramaticais das abordagens didáticas tradicionais, pautadas na descrição das categorias, funções e relações que entram na construção da estrutura interna língua (langue) enquanto sistema formal. De outro lado, o estudo das produções verbais em suas dimensões empíricas de funcionamento, centrando-se na análise da organização e do funcionamento dos textos, em uma perspectiva metodológica externa (ou contextual), considerando as relações de interdependência entre características das situações de produção e dos textos, sem descartar o efeito que os textos exercem sobre seus destinatários. Na segunda vertente, inscrevem-se as proposições dos documentos oficiais para o ensino de língua ao darem ênfase à língua viva, dialógica, em constante movimentação, reflexiva e produtiva. Esse enfoque traduz-se na adoção das práticas de linguagem como ponto central do trabalho pedagógico. Os documentos oficiais, ao prefigurarem o trabalho docente, determinam que os estudantes devem, em situações de aprendizagem, participar de atividades em que as práticas de linguagem sejam mais próximas possíveis das situações naturais de uso da língua, em diferentes modalidades e suportes. Desse modo, outras possibilidades didáticas são demandadas dos professores em formação inicial e em serviço, de maneira que os alunos da educação básica possam ser inseridos em práticas mais significativas de letramento, envolvendo as capacidades de linguagem ao ler/ouvir e escrever/falar. Neste simpósio, interessam-nos em especial trabalhos científicos que focalizem as tensões e conflitos, constitutivos das atividades de recontextualização de teorias linguísticas em função de alinhamentos necessários ao paradigma atual para o ensino de língua, em diferentes contextos de instrução.
Para informações: www.gelne.org.br

Deixe um comentário